A trajetória de preservação da Vila Planalto

Autores

  • Beatriz Coroa Couto Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

Palavras-chave:

Gestão urbana, Patrimônio Cultural, Vila Planalto

Resumo

O presente artigo visa rememorar a trajetória de gestão da Vila Planalto que, apesar de vários instâncias de gestão próprias, estudos, normas e instrumentos de preservação, ao longo de 60 anos de existência e de 32 anos de tombamento, reduziu seu patrimônio a alguns poucos traços – urbanísticos, paisagísticos e arquitetônicos, que permaneceram em situação precária ante a ocupação e adensamento quase irrestritos na área, incluindo sua área de tutela, a priori e a rigor, considerada não edificável. Tal descaracterização resultou da prática conjunta de atuação-omissão do poder público quanto, associada à apropriação e práticas irregulares da sociedade civil. Diante desse quadro, a permanência do Conjunto Fazendinha, últimas construções originais remanescentes, especialmente pelo estado de deterioração e abandono em que se encontra, torna-se ainda mais significativa e emblemática, como símbolo de resistência e de esquecimento, além da demonstração de que o instrumento do tombamento, sem a correspondente capacidade técnica e continuidade institucional, além do comprometimento público e privado na gestão conjunta do patrimônio cultural, não sustenta, por si só, o acordo que chancela. Nesse sentido, resta, por fim, a reflexão dos caminhos possíveis para buscar harmonizar as variantes do contrato social democrático – variação de interesses políticos, estrutura e vulnerabilidades institucionais, conflito entre interesses público e privados – na gestão compartilhada dos bens tombados no DF.

Publicado

2022-11-30