Deficiência intelectual e teorias sobre a mente: será que tem alguém que não aprende?
Palavras-chave:
Educação inclusiva, Psicologia Histórico-cultural, Deficiência intelectual, Ensino dialógico, ConcepçõesResumo
Este artigo tem por objetivo problematizar as chamadas teorias da mente humana, produzidas historicamente na interface entre os domínios da ciência e do senso comum, tendo em vista a necessidade de compreender suas implicações para as avaliações diagnósticas e para as intervenções pedagógicas dirigidas a estudantes com deficiência intelectual. Pretende focalizar, também, como o processo de ensino-aprendizagem tem sido concebido e o que as pesquisas no campo da Psicologia Cultural têm apontado no sentido de favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento de estudantes com deficiência intelectual, no contexto da escola inclusiva. Para tanto, apresentamos um estudo de caso na intenção de nos debruçar sobre as relações existentes entre o que é aprender e o que é ensinar; sobre quais critérios tem sido historicamente produzidos na definição de deficiência intelectual, com foco nas concepções sobrenaturais, naturalísticas e histórico-culturais subjacentes às práticas socais dirigidas a essas pessoas e, também, sobre a importância da alteridade social na mediação do processo de produção de conhecimentos, na perspectiva do ensino dialógico e da educação inclusiva. A abordagem do ensino dialógico, portanto, corrobora a nossa compreensão de que a aprendizagem resulta de um processo em que as pessoas, com ou sem deficiência, negociam significados, de maneira intersubjetiva,
com a intenção de produzir conhecimentos, que sejam de uso social, conforme apresentado e discutido no estudo de caso em questão.