Publish or stagnate? Dinâmicas da produção científica a respeito do capacitismo no Brasil (2000-2024) pós-Lei Brasileira de Inclusão
Palavras-chave:
Capacitismo, Produção científica, Bibliometria, Lei Brasileira de Inclusão, Análise temporal, Políticas públicasResumo
A produção científica relacionada ao capacitismo no Brasil apresenta uma trajetória marcada por avanços e períodos de estagnação. Apesar da relevância crescente do tema, impulsionada pela Lei Brasileira de Inclusão, faltam análises longitudinais que elucidem a evolução deste campo. Este estudo investigou a dinâmica da pesquisa a respeito do capacitismo no Brasil (2000-2024) por meio de análise bibliométrica de 50.027 artigos da base SciELO (descritores: "capacitismo OR educação inclusiva OR inclusão escolar OR deficiência"). Utilizou-se estatística descritiva, teste de Chow e Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR). Identificou-se um padrão bifásico: crescimento exponencial até 2018 (CAGR +10,12%), coincidindo com a consolidação da Lei Brasileira de Inclusão, seguido por um declínio (CAGR -2,89%). Este declínio inesperado, após um aumento acumulado de 304%, sugere um possível esgotamento de abordagens convencionais e a saturação de um ciclo de pesquisa inicialmente estimulado pela legislação. Os achados indicam a necessidade urgente de (1) reorientar agendas de pesquisa para vertentes emergentes como capacitismo digital e interseccionalidade; (2) subsidiar políticas científicas e de inclusão baseadas em evidências; e (3) fomentar novos marcos teóricos para superar a aparente estagnação do campo. A compreensão deste desenvolvimento desigual ao longo do tempo é crucial para o avanço dos estudos a respeito da deficiência e para a efetivação de políticas públicas inclusivas no país.






