Educação matemática inclusiva: por uma sala de aula anticapacistista e antirracista

Autores

Palavras-chave:

Educação Matemática, Racismo, Capacitismo, DisCrit, Inclusão

Resumo

Este artigo discute como os sistemas de opressão, especialmente o capacitismo e o racismo, operam de forma interseccional no contexto da educação matemática. Parte-se da compreensão de que a matemática escolar, frequentemente apresentada como neutra, objetiva e universal, também está imersa em processos históricos e socioetnoculturais que reproduzem exclusões e desigualdades. Ao analisar como esses sistemas se manifestam nas práticas pedagógicas, argumenta-se que a desvalorização de saberes não hegemônicos e a adoção de modelos normativos de desempenho impactam, de maneira mais intensa, estudantes negros e estudantes com deficiência. Como aporte teórico, mobiliza-se o referencial dos Estudos Críticos da Raça e Deficiência (DisCrit), que permite compreender como raça e deficiência são categorias socialmente construídas e mutuamente constituídas. A partir desse referencial, são discutidos os pressupostos do conceito de DisCrit noticing, que orienta práticas pedagógicas mais conscientes das dinâmicas interseccionais de opressão. Ao final, aponta-se a necessidade de construir uma educação matemática comprometida com perspectivas antirracistas e anticapacitistas, que valorize a pluralidade de saberes, reconheça diferentes formas de aprender e contribua para a efetivação de processos educativos mais justos, equitativos e emancipatórios.

 

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Publicado

2025-09-12