É possível transformar a escola e os/as professores/as? Desafios para a formação em gênero e sexualidade
Palavras-chave:
Gênero, Sexualidade, Trabalho pedagógico, Formação profissionalResumo
Este artigo apresenta uma discussão das experiências de professoras que atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Educação Básica no tocante à formação profissional voltada para o trabalho com as temáticas de gênero e sexualidade na escola. Apresentamos aqui um recorte de uma pesquisa de doutorado, na qual analisamos as concepções dos profissionais da Educação Básica do Distrito Federal sobre essas temáticas e a relação dessas concepções com seu trabalho pedagógico. O objeto de análise foi a formação continuada em gênero e sexualidade dos/as profissionais de educação. Nos Anos Iniciais, a concepção das professoras é que as crianças não possuem sexualidade. Portanto, desenvolver um projeto na área poderia “aflorar‟ essas crianças prematuramente para a sexualidade. A análise dos dados possibilitou perceber a predominância do argumento de que é preciso que as escolas possuam um/a especialista que trate das questões de gênero e sexualidades uma vez que as/os professores/as não conseguiriam lidar com tais temáticas. A necessidade de formação – tanto inicial quanto continuada – nas áreas de gênero e sexualidades foi constatada neste estudo. Primeiramente, devido à dificuldade de encontrar profissionais que tivessem essa formação. Em segundo lugar, com base nos discursos realizados pelos profissionais, pautados em preconceitos e na heteronormatividade.