Revista Com Censo Jovem: Iniciação Científica de Estudantes da Educação Básica

A extração de óleo essencial de citronela com o uso de materiais de baixo custo

Anna Karyna Teixeira Spier — 2025-10-31

A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é um desafio à saúde pública no Distrito Federal, intensificado pelas condições climáticas do Cerrado e pelo crescimento urbano desordenado. Para combater a proliferação do vetor, o Grupo Executivo Intersetorial de Gestão do Plano de Prevenção e Controle da Dengue promoveu um treinamento em maio de 2024, no CED nº 08 do Gama, abordando estratégias pedagógicas para o controle da doença. Como resultado, foi desenvolvido um projeto escolar para a extração de óleo essencial de citronela e a produção de repelentes naturais, incentivando a investigação científica entre os estudantes. O estudo avaliou a viabilidade da extração do óleo utilizando materiais acessíveis e de baixo custo, além de testar sua eficácia contra o mosquito. A extração foi realizada por destilação por arraste a vapor, utilizando uma panela de pressão e um condensador de cobre. O óleo essencial obtido foi empregado na fabricação de difusores e repelentes, que demonstraram reduzir significativamente a presença de mosquitos no ambiente escolar. O projeto integrou diversas disciplinas e promoveu a sustentabilidade, a preservação do Cerrado e a responsabilidade social, evidenciando a viabilidade do uso da citronela como alternativa ecológica no combate à dengue. Além disso, reforçou a importância de projetos educacionais na formação científica dos alunos e na busca por soluções acessíveis para problemas de saúde pública.

Multilinguismo no Xingu e o Povo Yawalapiti: a importância da preservação das línguas originárias

João Victor Medeiros Kotlinski Dearmas — 2025-11-05

Com a introdução de línguas dentro de sua própria comunidade e principalmente pela influência do português em suas vidas, vários povos indígenas vêm pouco a pouco perdendo o hábito de falar em suas línguas originárias. Neste cenário, essa pesquisa investiga o multilinguismo dentro da comunidade Xingu como um todo, as diferentes famílias e troncos linguísticos das quais fazem parte e a história que explica tamanha diversidade, sendo esse o objeto da primeira parte da investigação. Feita a abordagem de uma visão geral dentro da comunidade Xingu, o Alto Xingu nos traz um caso interessante: o povo Yawalapiti e a sua língua de origem, que leva o mesmo nome. Inspirado fortemente na dissertação de Tapí Yawalapiti, em que ele aborda os detalhes sobre o seu povo e a tentativa de resgate da sua língua que até o momento possuía apenas três falantes oficiais, este artigo discute o caso com atenção, ressaltando aspectos culturais e sociolinguísticos. Ao final, o texto traz, de forma breve e contextualizada, a importância da ação contínua do autor e do ato em si de preservar uma língua originária, refletindo o desejo de que as culturas originárias sejam preservadas e amplamente valorizadas no território nacional.

TDAH nas escolas: contribuição do movimento para o aumento da concentração

Lívia Lázara Coutinho Gandra — 2025-11-05

Nesta pesquisa foi abordado o Transtorno de Atenção com Hiperatividade (TDAH), bem como as suas consequências para os indivíduos que o possuem, principalmente no âmbito escolar. A escolha de trabalho sobre esse tema surgiu a partir da observação de alunos que possuíam o TDAH e, com ele, um alto grau de dificuldade de se concentrar nas aulas com formato proposto pelas típicas escolas brasileiras. A metodologia utilizada para se conhecer mais sobre o assunto foram pesquisas feitas em formulários direcionadas a profissionais que trabalham nessa área, bem como a alunos que possuem o TDAH. Além disso, foram indicados meios de aumentar a concentração em ambientes com maior volume de distração para indivíduos com dificuldade de foco,. Como resultado, constatou-se melhora da qualidade de aprendizagem dos estudantes que testaram os métodos indicados para aumentar a concentração e mostrou-se necessária uma mudança na forma como os próprios indivíduos lidam com a dificuldade de atenção em locais de menor capacidade para a concentração, focando principalmente em movimentos corporais que estimulam a liberação de hormônios estimulantes, como a Serotonina e a Dopamina. Ademais, entendeu-se como importante a adequação das escolas, por meio da preparação de ambientes mais propícios para os indivíduos com TDAH e de uma formação sobre o tema para os pedagogos presentes nas instituições de ensino. Assim, espera-se mitigar os estigmas relacionados ao Transtorno de Atenção com Hiperatividade, evidenciar opções de técnicas que melhorem o ambiente de ensino para os indivíduos, tanto de forma individualizada, como para o ambiente escolar em si.

O Cerrado sob a ótica dos educandos: o espaço do Centro Educacional Dona América Guimarães e a criação de um aplicativo

Guilherme Gustavo de Sousa Oliveira — 2025-11-05

O presente artigo tem como objetivo relatar e analisar a experiência didático-pedagógica vivenciada no âmbito do 13º Circuito de Ciências das escolas públicas do Distrito Federal, focado na valorização do bioma Cerrado. A proposta articula educação ambiental, senso de pertencimento ecológico e inovação tecnológica, envolvendo alunos do Centro Educacional Dona América Guimarães (CEDDAG), localizado em Arapoanga, Distrito Federal, em práticas de pesquisa e prototipagem de um aplicativo digital. O Cerrado, reconhecido por sua biodiversidade e por ser um dos biomas mais ameaçados do país, serve como objeto de estudo e ação transformadora. A metodologia do projeto seguiu etapas interativas, interdisciplinares e investigativas, promovendo a construção coletiva do conhecimento e o protagonismo juvenil. Como produto educacional, os estudantes desenvolveram a ideia de um aplicativo mobile intitulado Mangaba Cerrado, com funcionalidades voltadas à catalogação da flora local. Os resultados indicam o fortalecimento da consciência ecológica dos discentes, além da valorização da ciência como ferramenta de transformação social. Reflete-se, por fim, sobre a importância da integração entre meio ambiente, educação e tecnologia como caminho para a formação cidadã.

Birdwatching no polo de atendimento de altas habilidades/superdotação da Escola Classe 64 de Ceilândia, Distrito Federal

Augusto Borges Aguiar Queiroz — 2025-11-05

Aves são carismáticas e importantes para o equilíbrio das relações ecológicas onde estão inseridas. Constituem 25% do número total de vertebrados, com cerca de 11 mil espécies. O estudo da avifauna urbana pode oferecer informações sobre a qualidade ambiental da cidade, pois aves são bioindicadoras. Foram feitas observações semanais de março a novembro de 2023, pelo método de avistamento, na Escola Classe 64 de Ceilândia, Distrito Federal. Registrou-se 57 espécies de aves. Além do levantamento de espécies, foi possível registrar que algumas delas usam a área da escola como local de reprodução. Isto reforça a importância da manutenção de áreas verdes no perímetro urbano na preservação da avifauna. O pombo-doméstico se manteve em números muito reduzidos e não nidificou na escola, já que a competição por recursos com outras espécies pode ter exercido uma importante pressão no seu controle. A presença ocasional de predadores indica uma teia de interações com outros microambientes onde as aves estão presentes. Além da relevância científica do projeto, ressalta-se seu potencial pedagógico ao aproximar a teoria e a prática de ciências sem precisar sair do ambiente escolar.

As emoções do Cerrado sob a perspectiva da Educação Inclusiva: um projeto de educação socioambiental com estudantes com deficiência

Adryan Lacerda de Oliveira — 2025-11-05

O presente trabalho relata uma experiência pedagógica desenvolvida com estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Deficiência Intelectual (DI) no Centro de Ensino Fundamental 16 de Taguatinga – Colégio Cívico Militar do Distrito Federal, utilizando o bioma Cerrado como recurso metafórico e sensorial para o reconhecimento e expressão de emoções. O projeto propôs atividades interdisciplinares envolvendo contação de histórias, criação artística com tangram, construção de mapas afetivos e a Janela das Emoções, mediando o desenvolvimento das funções psicológicas superiores por meio de experiências concretas e simbólicas. Ao longo de seis meses, estudantes participaram das ações, revelando avanços significativos na ampliação do vocabulário emocional, na autorregulação e nas interações sociais. O uso de animais do Cerrado como metáforas emocionais permitiu que as crianças se vissem refletidas em narrativas da natureza, promovendo o pertencimento e o engajamento. Os resultados apontam para a potência de metodologias sensíveis e contextualizadas, que consideram os tempos e modos de aprendizagem de cada sujeito. A apresentação do projeto por estudantes no 13° Circuito de Ciências reafirmou sua dimensão inclusiva e transformadora. A experiência demonstrou que a verdadeira inclusão se constrói com escuta, sensibilidade e valorização dos saberes locais, confirmando a relevância do bioma como mediador simbólico e afetivo na educação especial.

Borboletário: criando borboletas na escola

Ana Elisa Almeida Simões — 2025-10-31

O projeto Borboletário: criando borboletas na escola, realizado em 2023 e em 2024 por estudantes do 1º e 2º ano na Escola Classe 403 Norte, reproduziu na sala de aula o ambiente da natureza onde ocorre o ciclo de vida das borboletas. O projeto surgiu a partir da observação da horta da turma onde foram encontradas lagartas que devoraram as folhas das hortaliças. Com o objetivo de conhecer o ciclo de vida das borboletas, foi montado um borboletário com materiais simples para observação diária. Nos dois anos em que se realizou o projeto, a experiência foi exitosa, sendo possível ver o ciclo de vida completo da borboleta-da-couve (Ascia monuste orseis). A partir dos conhecimentos adquiridos, decidiu-se ampliar a investigação para incluir as borboletas presentes no bioma Cerrado e participar do 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal, realizado em 2024.

Robótica Educacional com Estudantes do 5° ano do Ensino Fundamental: a construção de um jogo sobre o Cerrado brasileiro

Alice Serejo Leite da Silva — 2025-11-05

O presente texto é um relato de ações desenvolvidas com estudantes do 5° ano do Ensino Fundamental em uma Escola do Campo da Coordenação Regional de Ensino de Brazlândia. As ações tiveram como objetivo intercalar conceitos científicos sobre o bioma Cerrado e o desenvolvimento da competência de Pensamento Computacional nos preparativos para uma competição de robótica que ocorreu no mês de dezembro de 2024. Os professores-orientadores apresentaram as especificidades desse bioma e incentivaram a participação discente por meio de projetos envolvendo a Robótica Educacional e a construção de jogos na Plataforma Scratch. Assim surgiu a proposta de construir o jogo: “Com os pés no Cerrado”. Para a realização das ações foram utilizados os computadores do laboratório móvel da escola e quatro placas MakeyMakey. Este jogo foi utilizado como projeto de inovação no Torneio de Robótica promovido pelo Serviço Social da Indústria (SESI). A presente ação pedagógica evidenciou o aprendizado sobre o bioma Cerrado, no momento da criação das perguntas pelos estudantes para compor o jogo, pois, percebemos, na diversidade das questões, o conhecimento sobre a fauna, a flora e formas de preservação ambiental desse tão importante bioma. No torneio, os estudantes tiveram que desenvolver diversas capacidades, como o trabalho em equipe, resolução de problema, raciocínio lógico e outras.

Circuito de Ciências na Educação Infantil: plantando consciência ambiental com o projeto "Sem Floresta, Sem Futuro"

Viviane Giusti Balestrin — 2025-11-05

O projeto “Sem Floresta, Sem Futuro: O Impacto do Desmatamento na Qualidade de Vida da População” foi desenvolvido com crianças de 4 a 5 anos, no Centro de Educação Infantil 01 de Taguatinga, e conquistou o primeiro lugar na categoria Educação Infantil na etapa regional do 13º Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal, além do segundo lugar na etapa distrital. Orientado pelo professor da Sala de Recursos e pela psicóloga, o projeto promoveu iniciação científica e educação ambiental, com ênfase em sustentabilidade e inclusão escolar. Por meio de um experimento simulando diferentes coberturas vegetais, demonstrou-se que a ausência de vegetação provoca erosão do solo e desmoronamento, enquanto a grama viva mantém a estabilidade do solo e protege as construções. Atividades complementares, como o cultivo de mudas em copos personalizados, confecção de lápis-semente e criação de painéis com tampinhas de PET, reforçaram conceitos de reaproveitamento e cuidado ambiental. Os resultados evidenciaram o engajamento das crianças, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, avanços na socialização e linguagem, além da sensibilização para a importância da preservação ambiental como fator essencial para a qualidade de vida. O projeto alinhou-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente em educação de qualidade, redução das desigualdades, consumo responsável, ação climática e preservação da vida terrestre. Dessa forma, contribuiu para a formação de estudantes críticos e conscientes, preparados para enfrentar desafios ambientais atuais e futuros, promovendo uma cultura de sustentabilidade desde a infância e fortalecendo a integração entre ciência, inclusão e responsabilidade socioambiental.

Arte e ciência: dois universos que se conectam

Jhonatan Kallil Bernabé — 2025-11-05

Programa Pontes para o mundo: conectando horizontes

Maria Eduarda de Lima — 2025-11-05

O programa Pontes para o Mundo é um programa executado pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), que ofereceu a 100 estudantes da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal a oportunidade de vivência internacional educacional no Reino Unido. A primeira edição do programa ocorre entre setembro e dezembro de 2025. Maria Eduarda de Lima e Geovane Oliveira Cruz são alunos do CED 104 Recanto das Emas e foram selecionados para o programa.

Apresentação

Dapheny Day Leandro Feitosa — 2025-11-05

Graduada em Letras Português -UnB. Mestra e doutora em Literatura (UnB). Professora de língua portuguesa - SEEDF. Editora da Revista Com Censo Jovem (SEEDF).

Editorial

Bárbara Carolina Vanderley Boaventura — 2025-11-05

Editora-chefe da Com Censo Jovem. Graduada em Português - Bacharelado e Licenciatura pela UnB. Mestre e doutoranda em Linguística pela UnB.