Revista Com Censo: Estudos Educacionais do Distrito Federal

Reagrupando, contando e encantando

Joelma das Graças Santana Lima — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

O relato descreve a implementação do projeto 'Reagrupando, Contando e Encantando' na Escola Classe 05 de Brazlândia, Distrito Federal. O foco é utilizar a estratégia pedagógica de reagrupamento para atender às necessidades de cada aluno, promovendo aprendizagem contínua e respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem. O projeto ocorreu durante os três bimestres de 2023, abrangendo do Ensino Infantil ao 5º ano, com ênfase na recuperação de aprendizagens e na superação da defasagem idade/série. O projeto teve embasamento teórico, utilizando o Currículo em Movimento do Distrito Federal como referência, e envolveu oficinas, testes psicogenéticos e reagrupamentos interclasse. Cada bimestre teve um livro como tema, seguido de atividades lúdicas e interdisciplinares. Além disso, foi realizado o projeto 'O Cerrado Empreendedor', explorando o empreendedorismo em sala de aula. Os reagrupamentos destacam-se como estratégias pedagógicas eficazes para promover avanços nas aprendizagens. O projeto foi bem-sucedido, envolvendo toda a comunidade escolar e proporcionando resultados visíveis. Os alunos foram protagonistas, fortalecendo a ideia de que um sujeito ativo é aquele que participa ativamente do processo de aprendizagem.

Palavras-chave: Reagrupamento; ludicidade; alfabetização; letramento; êxito

Pesquisa em educação: métodos e epistemologias de Silvio Sánchez Gamboa

Sthefanie Bárbara Mendonca — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

No livro Pesquisa em Educação: Métodos e Epistemologias, Silvio Sánchez Gamboa aprofunda as bases epistemológicas e metodológicas que sustentam a pesquisa educacional. Critica investigações desprovidas de reflexão e defende a pesquisa como prática analítica, crítica e transformadora. Os capítulos iniciais abordam desde métodos fundamentais até as matrizes paradigmáticas e epistemológicas. O autor propõe ferramentas teóricas e práticas para estruturar pesquisas consistentes e socialmente responsáveis, articulando teoria, prática e contexto. Destaca também a formação do pesquisador, os interesses cognitivos e os fundamentos filosóficos que orientam a investigação em educação.

"Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos", um ensaio de Oliver Sacks

Bárbara Carolina Vanderley Boaventura — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Em seu ensaio Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos, Oliver Sacks, professor de neurologista britânico, promove uma verdadeira jornada, ao universo da comunidade surda, contemplando os aspectos linguísticos, sociais, culturais e humanos. Organizado em três capítulos, o livro constitui-se como um verdadeiro mergulho na história dos surdos, revelada por meio de relatos pessoais e experiências vivenciadas pelo autor com pessoas surdas que revelam, seus dramas, suas lutas mas também suas conquistas pela e na emancipação dos direitos à educação, como o episódio marcante de um reitor surdo na Gallaudet University, nos EUA. Nesse livro, Sacks reconhece que ganha um novo olhar sobre a surdez, deixando de vê-la como uma deficiência médica e compreendendo que ela se revela numa língua – a língua de sinais – que sistematiza e revela o pensamento e a cultura dessas pessoas. Trata-se de uma obra na qual o autor, com destreza e singularidade, dialoga não apenas com a Neurologia como também com a Psicologia e a Linguística, mostrando que os surdos têm muito a ensinar ao público ouvinte do que podemos imaginar.

Publish or stagnate? Dinâmicas da produção científica a respeito do capacitismo no Brasil (2000-2024) pós-Lei Brasileira de Inclusão

Sacha Clael, Viviane Giusti Balestrin — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

A produção científica relacionada ao capacitismo no Brasil apresenta uma trajetória marcada por avanços e períodos de estagnação. Apesar da relevância crescente do tema, impulsionada pela Lei Brasileira de Inclusão, faltam análises longitudinais que elucidem a evolução deste campo. Este estudo investigou a dinâmica da pesquisa a respeito do capacitismo no Brasil (2000-2024) por meio de análise bibliométrica de 50.027 artigos da base SciELO (descritores: "capacitismo OR educação inclusiva OR inclusão escolar OR deficiência"). Utilizou-se estatística descritiva, teste de Chow e Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR). Identificou-se um padrão bifásico: crescimento exponencial até 2018 (CAGR +10,12%), coincidindo com a consolidação da Lei Brasileira de Inclusão, seguido por um declínio (CAGR -2,89%). Este declínio inesperado, após um aumento acumulado de 304%, sugere um possível esgotamento de abordagens convencionais e a saturação de um ciclo de pesquisa inicialmente estimulado pela legislação. Os achados indicam a necessidade urgente de (1) reorientar agendas de pesquisa para vertentes emergentes como capacitismo digital e interseccionalidade; (2) subsidiar políticas científicas e de inclusão baseadas em evidências; e (3) fomentar novos marcos teóricos para superar a aparente estagnação do campo. A compreensão deste desenvolvimento desigual ao longo do tempo é crucial para o avanço dos estudos a respeito da deficiência e para a efetivação de políticas públicas inclusivas no país.

Inclusão escolar e capacitismo: representações sociais de professoras e professores da SEEDF

Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este estudo objetivou apreender as representações sociais de professoras e professores atuantes nas escolas públicas do Distrito Federal acerca do conceito de inclusão escolar e discuti-lo à luz do capacitismo. Utilizou-se como referencial teórico e metodológico a Teoria das Representações Sociais em sua abordagem estrutural. Participaram da pesquisa 68 profissionais, inscritos em dois cursos da área de educação especial da Unidade-Escola de Formação Continuada dos Profissionais da Educação do Distrito Federal, a EAPE. Como instrumento de construção dos dados foi utilizado o questionário de evocação e um questionário para colher dados sociodemográficos dos participantes do estudo. Os resultados, analisados por meio do software EVOC, evidenciaram que os termos direitos, empatia e respeito compõem o núcleo central da representação de inclusão escolar. A análise revelou que embora haja forte presença de um discurso legal e de valores éticos e afetivos associados à inclusão, é possível que as práticas capacitistas ainda persistam no cotidiano escolar. Conclui-se que o conhecimento dessas representações pode subsidiar práticas formativas mais eficazes, contribuindo para a consolidação de uma cultura educacional anticapacitista.

Por uma escola que enxergue todos os corpos: reflexões sobre capacitismo, diversidade e direito

Josy Mara Lopes da Silva Landim, Magno Nunes Farias — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Resumo: O artigo propõe uma reflexão crítica sobre o capacitismo como construção social e suas implicações na educação inclusiva de crianças e adolescentes com deficiência. A partir de autores como Foucault, Diniz e Garcez e Ikeda, articula-se o capacitismo a mecanismos de controle institucional, como a biopolítica, o adultocentrismo e a normatização dos corpos. Mesmo com avanços legais e políticas públicas inclusivas, como a LBI (Brasil, 2015) e o PDE (Brasil, 2015), ainda persistem práticas escolares excludentes, ancoradas em um modelo biomédico que patologiza a diferença. A análise destaca a presença de barreiras atitudinais e estratégias pedagógicas que reforçam a exclusão simbólica e institucional desses estudantes. Defende-se, portanto, a necessidade de uma transformação cultural na escola, com foco na escuta ativa, na ética do cuidado e no reconhecimento da diversidade funcional como valor educativo.

Deficiência e maternidade atípica: o capacitismo como marca social

Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Narrar a própria existência constitui-se como um ato de deslocamento e ressignificação favorecendo processos de conscientização atravessados por dimensões sociais, históricas e subjetivas. Neste artigo, parte-se da narrativa de uma mulher, mãe de um adolescente com deficiência, para discutir as implicações do capacitismo sobre a maternidade e os modos de resistência que emergem na construção discursiva dessas vivências. Ao reconhecer o valor epistêmico das experiências singulares em sua dimensão social, compreende-se a narrativa como dispositivo de produção de conhecimento, situado na interface entre o individual e o coletivo. A análise fundamenta-se em referenciais que articulam narrativa, subjetividade e crítica social. As narrativas foram escritas especialmente para a pesquisa, com preservação da identidade da autora, e aparecem ao longo do texto na forma de epígrafes, seguidas de análise crítica. A discussão é organizada em três eixos: a maternidade atípica como experiência marcada pela invisibilidade e resistência, a deficiência como construção social sustentada por padrões normativos de corpo e mente, e a urgência de uma ética do cuidado que reconheça a interdependência humana e distribua coletivamente a responsabilidade do cuidado. Ao valorizar essas narrativas, buscamos contribuir para a desnaturalização do capacitismo e ampliar o debate sobre cuidado, maternidade atípica e justiça social.

Educação matemática inclusiva: por uma sala de aula anticapacistista e antirracista

Weberson Campos Ferreira, Geraldo Eustáquio Moreira — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este artigo discute como os sistemas de opressão, especialmente o capacitismo e o racismo, operam de forma interseccional no contexto da educação matemática. Parte-se da compreensão de que a matemática escolar, frequentemente apresentada como neutra, objetiva e universal, também está imersa em processos históricos e socioetnoculturais que reproduzem exclusões e desigualdades. Ao analisar como esses sistemas se manifestam nas práticas pedagógicas, argumenta-se que a desvalorização de saberes não hegemônicos e a adoção de modelos normativos de desempenho impactam, de maneira mais intensa, estudantes negros e estudantes com deficiência. Como aporte teórico, mobiliza-se o referencial dos Estudos Críticos da Raça e Deficiência (DisCrit), que permite compreender como raça e deficiência são categorias socialmente construídas e mutuamente constituídas. A partir desse referencial, são discutidos os pressupostos do conceito de DisCrit noticing, que orienta práticas pedagógicas mais conscientes das dinâmicas interseccionais de opressão. Ao final, aponta-se a necessidade de construir uma educação matemática comprometida com perspectivas antirracistas e anticapacitistas, que valorize a pluralidade de saberes, reconheça diferentes formas de aprender e contribua para a efetivação de processos educativos mais justos, equitativos e emancipatórios.

Educar para a diversidade: formação inicial de Educadores Sociais Voluntários no contexto da educação inclusiva

Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este artigo apresenta o relato de experiência sobre a construção e a oferta do primeiro curso de formação para Educadores Sociais Voluntários (ESV) no Distrito Federal, promovido pela EAPE em fevereiro de 2025. A formação foi desenvolvida em resposta à promulgação da Lei nº 7.621/2024 e da Portaria nº 1.762/2024, que instituem o Programa Educador Social Voluntário. O curso, com carga horária de 30 horas e oferecido no formato autoinstrucional, teve como objetivo preparar os voluntários para atuar no apoio a estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Síndrome de Down, migrantes e indígenas, no contexto da educação em tempo integral e inclusiva. Um dos eixos centrais da ação formativa foi o enfrentamento ao capacitismo, promovendo a empatia, o respeito às diferenças e a valorização da diversidade. A avaliação realizada por 4.575 cursistas revelou alta taxa de aprovação, mas também apontou desafios como o acesso limitado à tecnologia, a demanda por maior aprofundamento temático e as contradições do caráter voluntário do programa frente ao perfil sociodemográfico dos participantes. O estudo reforça a importância da formação continuada, do suporte pedagógico e do monitoramento das condições de atuação dos ESVs, com vistas à construção de políticas públicas mais justas, inclusivas e equitativas.

O autismo e a construção do sujeito: Paulo Freire e inclusão escolar - um diálogo necessário

Joaquim de Souza Júnior, Viviane Neves Legnani — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este artigo propõe uma reflexão teórico-analítica sobre a inclusão escolar de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), fundamentada na pedagogia freireana e na perspectiva histórico-cultural de Vigotski. Parte-se da pergunta: como deve ser a ação docente que constitua um espaço inclusivo de humanização, apropriação da cultura e desenvolvimento da autonomia para sujeitos com autismo? Para responder, realiza-se uma revisão bibliográfica crítica de caráter qualitativo, que percorre três eixos interligados: (1) a evolução histórica do diagnóstico do autismo e seus impactos na educação; (2) a construção da Educação Inclusiva como direito humano, com base em documentos internacionais como a Declaração de Salamanca; e (3) os aportes de Paulo Freire, especialmente em Pedagogia da Autonomia e Pedagogia do Oprimido, sobre escola, emancipação e práticas sociais. A análise articula os desafios da inclusão com os conceitos freirianos de situação-limite, práxis e inédito viável, apontando caminhos ético-políticos para uma educação que acolha a singularidade, promova o diálogo e favoreça a emancipação. Assim, o texto convida à esperança ativa e à construção coletiva de espaços escolares verdadeiramente inclusivos.

Enfrentando o capacitismo: a experiência do Diário de Ideias na EJA

Lucinete Teixeira dos Santos Sampaio, Cristina Massot Madeira Coelho — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

O artigo apresenta o projeto Diário de Ideias (MUNIZ, 2019, 2020, 2022, 2023), tal como vem sendo implementado em uma escola pública do DF que oferta a modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os princípios que embasam o Diário de Ideias se organizam a partir da Teoria da Subjetividade na perspectiva histórico-cultural de González Rey (1997, 2017, 2017b) e da aprendizagem criativa de Mitjáns Martínez (2008, 2012a, 2012b). Essa abordagem, favorecedora da produção de recursos subjetivos, contribui para o protagonismo dos estudantes nos seus processos de aprendizagem e dessa forma tem se mostrado estratégica no enfrentamento do capacitismo, conceito que diz respeito à crença de que as pessoas com deficiência não sejam capazes ou que sejam menos do que pessoas sem deficiência. Esse tipo de julgamento preconceituoso, está presente, também, nas relações sociais e culturais das pessoas que compõem o contexto escolar, e se traduz em práticas que desconsideram as singularidades dos estudantes, reforçando estereótipos e reduzindo as oportunidades de participação ativa. Assim, neste texto, reconhecemos que, mais do que uma questão estrutural, o capacitismo se manifesta na produção de sentidos subjetivos que limitam as possibilidades de desenvolvimento e protagonismo das pessoas com deficiência, pois se organizam como vivências que potencializam construções subjetivas de menos valia. Com base na teoria citada e na metodologia do Diário de Ideias, portanto, nosso objetivo nesse artigo é argumentar sobre transformações na forma de organização de práticas pedagógicas cotidianas que se constituam como enfrentamentos ao capacitismo.

Cultura surda em Altamira: narrativas, educação e resistência

Guidson Marinho da Silva, Jonata Souza de Lima, Léia Gonçalves de Freitas — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este artigo apresenta um relato de história de vida que aborda a construção da identidade surda, a cultura surda e o movimento de resistência da comunidade surda em Altamira, Pará, Brasil, ao longo de três décadas (1994-2025). O estudo visa narrar minha experiência pessoal como indivíduo surdo em Altamira (Pará - Brasil), entrelaçando minha trajetória com a história da comunidade surda local e as lutas por direitos, inclusão e reconhecimento linguístico-cultural com base nas lutas anticapitalistas da comunidade surda nas associações que asseguram o empoderamento deste povo surdo. Buscando problematizar a seguinte questão: Quais elementos da minha história pessoal e profissional se conectam com a história coletiva da comunidade surda em Altamira? Trata-se de um estudo etnográfico baseado nas memórias, análise de documentos públicos, acervo de imagens e informações coletadas pela associação de surdos local. A pesquisa também incorpora dados de outras fontes, como notícias jornalísticas e pesquisas acadêmicas em andamento. Este artigo revela a evolução de direitos socioeducacionais da comunidade surda em Altamira, que a cada conquista se torna mais complexa e diversificada. O estudo conclui que a comunidade surda de Altamira construiu territórios, resistência e empoderamento, impulsionada pela ação coletiva e pela luta por reconhecimento juntamente ao meu ativismo para com o empoderamento e emancipação pessoal e da comunidade surda.

Capacitismo: um espaço de observação do sujeito e do social

Fabiola Gomide Baquero Carvalho, Patrícia Nazário Feitoza Duarte — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Inclusão como mudança de estruturas e paradigmas

Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Fluxograma do processo de contratação de estagiários para os órgãos da administração pública ligados à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal

Wryel Lima, Cayo Honorato — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este artigo tem como finalidade identificar o percurso de contratação dos estagiários para os órgãos da administração pública ligados à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC). Transversalmente, ressalta a importância do estágio supervisionado, previsto no plano pedagógico dos cursos de ensino superior, trazendo os parâmetros dispostos na Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. O respectivo tema foi escolhido a partir das diferentes respostas dadas pelas instituições culturais do Distrito Federal à primeira etapa da pesquisa O campo de estágio em Artes Visuais na educação não formal. Posteriormente, houve a elaboração de um fluxograma com o percurso identificado.

Quem escuta as crianças do Núcleo Rural Monjolo? Uma intersecção entre a Plenarinha do Distrito Federal e as crianças da zona rural

Thaila Karoline Furtado Severo , Pedro Demo — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Neste artigo, se pretende estabelecer intersecções entre a proposta do projeto Plenarinha, da Diretoria de Educação Infantil (DIINF) da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e a realidade das crianças do Núcleo Rural Monjolo que frequentam a pré-escola em uma unidade de ensino do Recanto das Emas. Essas crianças enfrentam um deslocamento de ônibus para conseguirem acessar as aulas e expressam, em variados momentos, suas reais necessidades quanto ao atendimento escolar. Sendo a Plenarinha um projeto da SEEDF que objetiva manter a escuta sensível às crianças de maneira a exercer impacto sobre as políticas públicas para a primeira infância, procura-se uma reflexão sobre o que tem sido escutado pela escola e o que a SEEDF tem oferecido de política para crianças que residem na zona rural.

Perfil e motivação dos estudantes selecionados para o curso técnico em Enfermagem oferecido pela rede pública de ensino do DF, na escola Técnica do Guará, no 2º semestre de 2023

Giovanny de Menezes Carlos, Hélio José Santos Maia — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Essa pesquisa tem como objetivo definir o perfil dos discentes e a motivação para realização do curso de formação profissional de técnico em enfermagem, oferecido pelo Centro de Educação Profissional Escola Técnica do Guará Professora Teresa Ondina Maltese (CEP-ETG), da rede pública de ensino do Distrito Federal, na modalidade subsequente ao ensino médio. A definição do perfil e das motivações dos estudantes podem influenciar no aprimoramento das políticas públicas educacionais e no atendimento à demanda crescente do mercado de trabalho na área de saúde. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa. A coleta de dados ocorreu entre novembro e dezembro de 2023, por meio da aplicação presencial de um questionário para 39 alunos que cursavam o primeiro módulo teórico-prático do curso à época. A análise dos dados foi feita com base nas regras da estatística descritiva. O resultado revelou que os estudantes da ETG são, em sua maioria, do sexo feminino, com idade entre 21 e 25 anos, solteiro(a), residente no próprio Guará/DF, com renda de até 1 salário mínimo, tendo concluído o ensino médio de 3 a 5 anos atrás, todo em escola pública. Contudo, cada turno possui suas características específicas em relação ao público-alvo do curso. A principal motivação para a realização do curso é a quantidade de vagas disponíveis no mercado de trabalho para o ingresso do profissional formado.

O LÍBER: Laboratório de metodologias educacionais interdisciplinares como possibilidade à distorção idade-série

Marli Dias Ribeiro, Lucicleide Araújo de Sousa Alves , Luiz Síveres — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

O artigo versa sobre a distorção idade-série na educação básica, considerada um desafio recorrente que afeta milhares de estudantes em situação de incompatibilidade idade-ano. Apresenta um recorte da experiência desenvolvida em uma instituição pública por meio do projeto Líber - Laboratório Interdisciplinar de Metodologias Educacionais, que promoveu, de forma interdisciplinar, a formação de professores e rodas de diálogo com o propósito de contribuir para a ressignificação dos sujeitos e processos envolvidos na educação, por meio da inspiração de ideias inovadoras e do fluxo de experiências criativas, buscando exercitar processos metodológicos de ensino e aprendizagem capazes de minimizar a distorção idade-série na educação básica. A metodologia do trabalho pautou-se em uma abordagem qualitativa, com pesquisa-ação e análise de conteúdo para o tratamento dos dados. O estudo evidenciou que, em relação à formação docente, há a possibilidade de aprimorar e implementar espaços de formação continuada para toda a rede de ensino, principalmente nos espaços institucionais da coordenação pedagógica. Em relação às sugestões das rodas de diálogo, estas consolidaram eixos com contribuições de formação docente, projetos pedagógicos, infraestrutura, atendimento e gestão escolar, revelando que as realidades e experiências das comunidades escolares deveriam ser inseridas nas propostas de políticas públicas, as quais, majoritariamente, ainda são implementadas de forma vertical nas redes de ensino.

A educação ambiental para a geração alpha: aulas práticas contextualizadas para o processo de ensino-aprendizagem de ciências

Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este artigo tem por objetivos relatar seis atividades práticas de ensino que abordaram temas ambientais e discutir as suas contribuições para o processo de ensino-aprendizagem de ciências. Em termos metodológicos, corresponde a uma pesquisa-ação, a qual foi desenvolvida com turmas de alunos pertencentes à geração alpha, matriculados no sexto ano do Ensino Fundamental de uma escola pública da região norte do Brasil que não possui laboratório de ciências. Buscou-se trabalhar com conteúdos estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a área de ciências da natureza e enfatizar os conceitos de química por meio de experimentos. A metodologia de ensino foi pensada para proporcionar uma aprendizagem mais robusta dos aspectos ambientais. O planejamento das atividades contemplou a avaliação integrada ao processo de ensino-aprendizagem. As técnicas de avaliação formativa, utilizadas para avaliar a aprendizagem e o ensino dos temas escolhidos, evidenciaram uma melhora significativa na compreensão dos alunos acerca das problemáticas ambientais, além de que auxiliaram os professores na identificação das fragilidades da aprendizagem e no planejamento de retomada dos conteúdos. A realização do trabalho demonstrou a viabilidade da utilização de atividades práticas que articulem temas ambientais relevantes e de maior complexidade conceitual aos conteúdos curriculares básicos do Ensino Fundamental.

Expressividade e Bem viver – Uma experiência etnográfica com pessoas em situação de rua

Larissa Vargas Brandão — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

O trabalho que se segue é um breve relato de minha experiência no mestrado, como pesquisadora em campo, que me levou à proposição de uma oficina intitulada Oficina do Bem Viver na Escola Meninos e Meninas do Parque - EMMP, no Distrito Federal. Explico, inicialmente, as motivações para pesquisa que empreendi com a escola, caracterizada por atender pessoas em situação de rua. Falo da estruturação do projeto a partir de minha formação inicial em Educação Artística e o posterior alinhamento das minhas práticas docentes com a Educação Ambiental e a Educação em e para Direitos Humanos, sendo esses os eixos temáticos da Oficina. Ainda, explico a construção metodológica das vivências propostas com um olhar decolonial, transdisciplinar e pautado em princípios da cosmologia de povos andinos e amazônicos, o Bem Viver. Por fim, compartilho um resumo dos encontros, dos debates, além de alguns achados e reflexões que surgiram com nas atividades da oficina, na perspectiva de compreender o processo de escolarização das pessoas em situação de rua no DF.

Desigualdades socioeconômicas e educacionais no DF: o que dizem os dados da PDAD e Censo Escolar?

Aline Perfeito de Sousa, Ana Maria Nogales Vasconcelos — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

O trabalho tem como objetivo investigar as desigualdades socioeconômicas e educacionais no Distrito Federal (DF), considerando as discrepâncias entre suas regiões administrativas. A pesquisa busca identificar como essas desigualdades impactam o acesso à educação de qualidade, concentrando-se em dados recentes da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) - 2021 e do Censo Escolar de 2019. A metodologia envolve uma análise comparativa entre as regiões do DF, classificadas por níveis de renda e indicadores educacionais. Foram utilizados dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), explorando fatores como distribuição de renda, número de matrículas e desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Os resultados revelam que o Distrito Federal apresenta uma acentuada segregação socioespacial, onde as regiões de alta renda, como o Plano Piloto, oferecem melhores condições de vida e infraestrutura educacional de qualidade, refletidas nos altos indicadores de desempenho escolar. Em contrapartida, áreas periféricas de baixa renda, como Sol Nascente/Pôr do Sol e Itapoã, enfrentam grandes desafios, caracterizados por baixos níveis de escolaridade e uma infraestrutura urbana deficiente.

Juventudes periféricas e participação política: qual protagonismo nas organizações sociais no Distrito Federal?

Railton Vanes de Sousa, Urânia Flores da Cruz Freitas — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

A presente pesquisa teve como objeto de estudo o protagonismo social juvenil em contexto de periferia e as indagações nas possibilidades em colaborar no diálogo e na percepção dos efeitos do protagonismo, da participação política e da mobilização dos jovens na sociedade, teve como espaço de estudo duas organizações sociais (OS) juvenis da periferia de Brasília. Uma instituição não religiosa e a outra religiosa ligada a igreja católica. Nesta pesquisa foram analisadas as ações que as organizações sociais têm realizado para contribuir com o desenvolvimento do protagonismo juvenil em contexto de periferia. Com isso, fortalecer a discussão a respeito da participação e do protagonismo juvenil, e ainda investigar como e se essas organizações sociais contribuíram com o desenvolvimento do protagonismo e participação política juvenil em contexto de periferia. Optou-se pela pesquisa de cunho qualitativo e nesse sentido, aplicou-se o modelo de pesquisa bibliográfica, exploratória com o objetivo de conhecer melhor a temática sobre participação e protagonismo juvenil feito por OSs na periferia de Brasília. E ainda apresentar proposituras a essas instituições nesse sentido.

Sobre o uso da Aprendizagem Linguística Ativa na educação de português escrito para estudantes surdos: relato de experiência na sala de recursos

Israel Ferreira Bezerra Sousa, Eloisa Nascimento Silva Pilati — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

O presente relato de experiência aborda a transposição didática da Aprendizagem Linguística Ativa para o ensino de português escrito para estudantes surdos em uma sala de recurso de escola pública do ensino fundamental de Brasília. O texto apresenta os pressupostos básicos da Aprendizagem Linguística Ativa (Pilati 2017, 2020, 2024) e os materiais manipuláveis desenvolvidos pelo professor com base nessa proposta e utilizados em suas aulas para abordar temas como formação da sentença e a ordem das palavras em português escrito. A experiência do uso da metodologia e de seus materiais foi considerada exitosa porque modificou a relação dos estudantes surdos com as aulas de português e promoveu maior interesse e engajamento dos estudantes, facilitando o processo de aprendizagem.

O capacitismo na Educação Física e suas implicações na realidade escolar: um relato de experiência

Janaina Araujo Teixeira Santos, Henrique Araujo Teixeira Santos — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este artigo explora o capacitismo na educação física através de um relato de experiência mediante a vivencia de um professor de educação física da rede pública de ensino do Distrito Federal. O presente estudo tem como objetivo apresentar a experiência individual vivenciada por um professor de Educação física do ensino fundamental perante a dificuldade em lidar com as limitações de alunos com deficiência e/ou transtorno, principalmente em momentos de competição e a tendencia social para a exclusão desses alunos durante as aulas de educação física. A experiência permitiu reconhecer que a luta anticapacitista na educação física é um processo contínuo que exige reflexão crítica, ação e colaboração de toda comunidade escolar.

A fotografia como linguagem inclusiva: a experiência de um professor com baixa visão no percurso formativo

Daniel Fama de Freitas, Tadeu Amoroso Maia — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Este relato de experiência explora a fotografia como uma linguagem inclusiva, apresentando a experiência de um professor com baixa visão em um percurso formativo. Fundamentado na fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty, o estudo investiga a percepção e a relação entre o sujeito e o mundo, desafiando a normatividade do olhar e as concepções capacitistas que permeiam o ambiente escolar. Por meio do relato de experiência do professor, o trabalho propõe uma reflexão sobre as tensões entre o visível e o invisível no cotidiano educacional, destacando a potência criativa de pessoas com deficiência visual no campo da fotografia. O percurso formativo, intitulado "A Fotografia como Recurso Educacional", é oferecido pela Escola de Formação dos Profissionais da Educação do Distrito Federal, visando capacitar docentes no uso da fotografia como ferramenta pedagógica e recurso educacional. A pesquisa discute como essa formação pode desconstruir o capacitismo, valorizando diferentes modos de perceber, produzir conhecimento e se expressar.

Os desafios do Fórum Distrital de Educação na construção do novo PDE

Júlio Barros, Robson Santos Camara Silva — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Soberania Educacional: mais que um conceito, uma necessidade de luta

André Almeida Cunha Arantes — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300

Apresentação

André Almeida Cunha Arantes — Fri, 12 Sep 2025 00:00:00 -0300